sexta-feira, 26 de novembro de 2010

. : PORTFÓLIO : .

Portfólio - Mosaico histórico




Este é o mosaico histórico dos séculos XVII e XVIII, a época de Crusoé.



Portfólio - Pesquisa etocentrismo, eurocentrismo e alteridade + exemplos do livro

Etnocentrismo:

Etnocentrismo (etno=etnia, centrismo=centro) é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os demais são “inferiores”, justamente por serem diferentes, e são julgados através dos nossos valores, nossos modelos e nossas definições do que é a existência.

Definição do dicionário: Tendência de um indivíduo para valorizar seu grupo, sua região, sua nacionalidade.

Etnocentrismo é a visão ou avaliação que um indivíduo ou grupo faz de outro grupo diferente, que é apenas baseada nos valores, referências e padrões adotados pelo grupo social ao qual o próprio indivíduo ou grupo fazem parte.

Essa avaliação é preconceituosa, feita a partir de um ponto de vista específico. Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros.

O fato de que o ser em considerar humano vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência, em seus casos mais extremos a ocorrência de numerosos conflitos sociais.

Eurocentrismo:

Eurocentrismo é uma idéia que coloca os interesses e a cultura européia como sendo as mais importantes e avançadas do mundo.

Este conceito foi muito utilizado no período das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI). Nesta fase da história, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, descobriram novas terras na África e Ásia e implantaram suas culturas (religião, língua, modos, costumes) entre os povos conquistados. Fizeram isso, pois acreditavam que a cultura européia era mais desenvolvida do que a dos indígenas e africanos.

Durante o período neocolonial (século XIX) este conceito voltou a ser usado durante o processo de ocupação e partilha da África e Ásia pelos europeus.

O eurocentrismo é um conceito que não é mais aplicado, pois atualmente sabemos que não há uma cultura superior a outra, elas são apenas diferentes e devem ser respeitadas como tal.

Alteridade:

A palavra alteridade significa se colocar no lugar do outro, com consideração, valorização, identificação.
A pratica da alteridade se conecta aos relacionamentos tanto entre indivíduos como entre grupos culturais religiosos, científicos, étnicos, etc.

“Ou aprendemos a viver como irmãos, ou vamos morrer juntos como idiotas” (Martin Luther King).

A prática da alteridade conduz da diferença à soma nas relações interpessoais entre os seres humanos revestidos de cidadania.
Pela relação alteritária é possível exercer a cidadania e estabelecer uma relação pacífica e construtiva com os diferentes, na medida em que se identifique, entenda e aprenda a aprender com o contrário.


Exemplos destes 3 conceitos no livro


Etnocentrismo:

Capítulo 7 – página 27

“Seria terra povoada por homens cristãos, ou por selvagens [...]?”

É um exemplo de etnocentrismo pois, Crusoé dá a entender que homens não cristãos, são necessariamente selvagens.

Capítulo 16 – página 57

“Tamanha foi minha revolta e ódio contra tão odioso costume, que prometi que, se tivesse alguma oportunidade, tentaria no futuro salvar a vítima de algum daqueles demônios.”

O “costume” de comer carne humana é odioso para Crusoé, não para os nativos. Em nenhum momento ele parou para pensar que essa é a cultura deles, portanto, eles não acham que seja uma coisa ruim.

Capítulo 20 – página 68

“Aos poucos, fui-lhe explicando sobre Deus e as leis da religião cristã.”

Crusoé achava sua religião a religião “certa”, e queria que Sexta-feira se convertesse, não levando em conta as crenças que o nativo já possuía.

Capítulo 23 – página 75

“No dia seguinte, eu e Sexta-feira enterramos os selvagens mortos [...].”

Crusoé enterrou os selvagens porque sua religião diz que é assim que se deve fazer com alguém que morre. Penso assim porque ele poderia ter jogado o corpo no mar ou deixado na floresta.

Eurocentrismo:

Capítulo 3 – página 15

“Não tivemos sorte: logo surgiram selvagens de pele negra como a noite.”

Será que se os selvagens tivessem a pele clara, como a dos europeus, Crusoé teria pensado que ele eram selvagens?

Capítulo 21 – página 69

“Contei a ele sobre os hábitos na Europa e sobre minhas viagens.”

Crusoé contou seus hábitos á Sexta-feira com esperança de que o nativo se interessasse, e mudasse seus próprios hábitos.

Capítulo 37 – página 115 e 116

“O padre se propôs a legalizar a situação de Atkins e dos outros europeus que viviam em pecado com as nativas, e nos dias que se seguiram foi uma profusão de casamentos e batizados.”

Obviamente, no ponto de vista de Crusoé, as situações dos casais na ilha eram “pecado”, erradas, devido á sua religião. Será que para as índias e os europeus que estavam juntos, casamentos e batizados eram tão importantes assim, ou só ocorreram porque o padre se propôs a fazer isso?

Alteridade:

Capítulo 20 – página 67

“Seu comportamento me convenceu de que Deus deu a todas as criaturas, civilizadas ou selvagens, a mesma capacidade de inteligência e sentimentos [...].”

Antes de conhecer Sexta-feira, Crusoé achava que os nativos eram “selvagens”, eram intelectualmente inferiores e não tinham sentimentos. Mas após conhecê-lo, ele mudou de opinião.

“Um canibal pode saber o que é gratidão e lealdade.”

Ele pensava que, por ser um canibal e devorar seus inimigos, um canibal não podia ter sentimentos, mas viu que estava errado.

Capítulo 36 – página 113

“Não me estranha que um país que conta com homens como o senhor leve seus domínios para toda parte.”

É um exemplo de alteridade, pois Crusoé valoriza o trabalho e o país de Lope, reconhece a expansão que está acontecendo.

“O início dessa obra é sua, de um inglês – completou Lope, comovido.”

E Lope, como forma de agradecimento, retribui o gesto e valoriza o trabalho de Crusoé na ilha.

Capítulo 38 – página 118 e 119

“Morria meu grande amigo, uma morte gloriosa e expressão da maior fidelidade com que um homem pode ter por outro.”

“[...] mas era o mínimo que poderia fazer por um ser humano que possuía tantas virtudes e coragem.”

Nos dois trechos acima é possível perceber o quanto a opinião de Crusoé mudou em relação á Sexta-feira. Antes, achava os nativos inferiores e sem emoção, e agora, sofreu muito com a morte de seu amigo, e fez questão de realizar todas as honrarias em seu funeral. Ele mesmo reconhece que muitas pessoas achariam isso um exagero, assim como ele, no passado.

Portfólio - Discussão sobre o livro

Discussão sobre o livro Robinson Crusoé

Grupo: Aline, Mallu e Gabriel P.

Local: Casa da Aline

Data: 05/11


A amizade de Crusoé e de Sexta-feira:

Começou com a escravidão de Sexta-feira. No começo, Robinson, rebaixava o nativo, para manter seu poder sobre ele (apesar de isso ser desnecessário, porque Sexta-feira era fiel á ele de qualquer jeito), por exemplo, pedindo que fosse chamado de “amo”, e Crusoé nunca chegou a perguntar o nome real de Sexta-feira (mesmo quando ele já havia aprendido o Inglês).

Robinson também o reeducou, para que falasse sua língua e agisse de maneira “civilizada”, e se convertesse para o cristianismo, além disso, que deixasse de ser canibal, e, para isso, Sexta-feira teve que deixar de lado uma parte de sua cultura.

Imagem de Sexta-feira:

Concluímos que a imagem de Sexta-feira é estereotipada, porque é a imagem que os exploradores europeus tinham dos índios, e, provavelmente, um nativo não aceitaria as coisas impostas por Crusoé, como fez Sexta-feira.

Relação com o filme “O Náufrago”:

Percebemos várias semelhanças entre o filme e o livro. Uma delas é entre Sexta-feira e o “Wilson”. A bola foi usada para representar um companheiro “nativo”, porque colocar um índio no enredo ficaria uma coisa “deslocada” e não é tão coerente com nossa época, ainda mais um índio tão estereotipado como o do livro.

Outra semelhança é que os dobrões serviram para Crusoé como os pacotes intactos serviram para o Náufrago: um motivo para voltar à civilização.

Ambos, só por terem ficado na ilha, perderam pessoas que amavam, ou por terem morrido ou por terem continuado suas vidas. Eles tiveram que reconstruir tudo após suas voltas.

Por fim, fizemos uma lista de vantagens e desvantagens de ser Robinson Crusoé e ser o Náufrago:

Vantagens: Desvantagens:

Crusoé

1 - Comida e água 1 – Sem meios de comunicação

2 - Lugares para plantar 2 – Ameaça dos índios

3 – Sexta-feira 3 - Doenças

4 – Moradia

5 – Armas

6 - Pólvora

Náufrago

1 – Lanterna 1 – Sem água doce

2 – Pacotes FedEx 2 – Pouca comida e cardápio limitado

3 – Conseguia fazer cálculos 3 – Sem companhia humana

4 - Wilson


Apesar de Crusoé ter mais vantagens, então, por que ele demorou muito mais para deixar a ilha? Bem, pelo mesmo motivo que ele tinha armas, roupas, dobrões, ferramentas, etc. A tecnologia. Naquela época, como as viagens eram longas, era comum levar tantas coisas, mas, agora, se levam poucas coisas num avião de carga, porque as viagens são muito mais curtas. Nos dias de hoje, as embarcações passam por mais lugares do que na época de Crusoé, porque se conhece o mar muito melhor, então, é improvável que existam ilhas tão afastadas, a ponto de um sobrevivente levar mais de vinte anos para ser encontrado.

Portfólio - Texto comparativo

Filme “O Náufrago” e livro “Robinson Crusoé”:

A relação é que o filme é como se fosse a história de Crusoé no tempos atuais. Uma das coisas que me faz pensar assim é o fato de Crusoé ter chego na ilha através de um barco, que era o meio de transporte mais comum da época, e o Náufrago ter chego á ilha através de um avião, o meio de transporte muito comum hoje em dia.

A mentalidade dos personagens é diferente . O náufrago não é tão religioso, e tem mais conhecimentos. Crusoé tem conhecimentos rústicos, mas sabe plantar e construir. Ambos tinham empregos que era necessário viajar muito, e, por causa disso, chegaram á suas respectivas situações.

Outra semelhança é que os dobrões serviram para Crusoé como um incentivo para voltar á seu país, e isso mostra que ele tinha a esperança de um dia poder gastá-los. E, no caso do Náufrago, os pacotes que ele não abriu representam exatamente a mesma coisa, para ele, um dia eles seriam entregues. Ambos, apenas por terem passado algum tempo na ilha (e, consequentemente, foram dados como mortos) perderam pessoas que amavam, ou por morte ou porque elas seguiram com suas vidas.

É possível também ver que o “Wilson” e Sexta-feira (além dos bichos de estimação) foram companheiros para o Náufrago e Crusoé. Aí, percebi que, uma pessoa, estando “sozinha” (no caso de Crusoé, ele não está sozinho), acho que por uma questão de instinto precisa de uma companhia, principalmente para conversar, mesmo que seja um objeto, um animal ou uma pessoa de uma cultura completamente diferente, que não fala sua língua.

Uma outra questão, é a religião. O filme não tem um forte apelo religioso, ao contrário do livro. Por exemplo, no começo da história, para se salvar, Crusoé agarra-se a uma rocha, que, na crença cristã, representa a fé em Deus. Ele tem um pesadelo em que o demônio vem e o ameaça, e, por isso, reza sempre que pode, e nos momentos difíceis, roga para Deus. Isso mostra que o autor, Daniel Defoe, além de religioso, incorporou sua fé na história, e isso se tornou um dos elementos mais importantes do livro.