quinta-feira, 2 de junho de 2011

Links

Esses são dois vídeos muito bons de campanhas anti-bullying. O primeiro é curto, com mais ou menos 50 segundos de duração, mas muito legal. O segundo é anti-homofóbico, mostra que é preciso defender alguém que sofre bullying, e não é necessário concordar com a opção sexual para isso.

http://www.youtube.com/watch?v=nWJut7KQhI4
http://www.youtube.com/watch?v=fyICuu7Gu24

Provavelmente, vamos pegar também dados, relatos ou notícias e fazer uma reflexão.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Teatro do Oprimido - Roteiro


Ato I – Cena I
José e Alice aparecem sentados, um ao lado do outro. Cada um segura sua placa.

Placa da Alice:
Eu sofro bullying

Placa do José:
Eu sofro bullying

Eles viram suas placas:

Placa da Alice:
Porque não posso falar


Placa do José:
Porque não consigo aprender tão
rápido quanto meus colegas

Eles se levantam e saem de cena.

Cena II

Os alunos estão sentados em suas carteiras, conversando e rindo. A aluna nova entra, envergonhada.
Manuela: olha, uma aluna nova!
Matheus: aí, menina nova. Qual seu nome?
A menina tenta por gestos, explicar que é muda.
Roberta: ele perguntou seu nome, não vai responder?
Alice tenta explicar novamente que não consegue responder, mas então desiste e se senta. José observa a cena, mas se mostra indiferente e não interfere.
Mariana: nossa, que idiota...
(risadas)
(o professor entra)
Professor: Bom dia, meu nome é Paulo. A aula de hoje é sobre bullying.
(os alunos resmungam)
Manuela: professor, tem uma aluna nova hoje.
(Thalita cochicha para um colega)
*E ela é muito tonta*
Professor: Silêncio! Vocês me respeitem. Não estão aqui para se divertir, e sim para aprender.
(pausa)
Professor (abrindo seu livro): Hoje vou falar sobre bullying
Rafael: ô professor, mas aqui não tem disso não.
(O professor olha bravo, e continua).
Professor: O bullying é um termo proveniente da língua inglesa, que quer dizer tiranizar. É usado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo indefeso. Pode ocorrer no ambiente escolar, de trabalho ou até mesmo em casa.
Professor: Alguma pergunta?
(silêncio)
Professor: Ótimo, porque eu quero que vocês copiem este texto no caderno, e façam uma pesquisa e uma redação sobre o tema, em dupla. Vale nota, então façam direito. Me entreguem semana que vem, e não escrevam nada que eu não queira ler.
Professor: Você (aponta para José) copie este texto na lousa. Rápido, e com qualidade.
José pega o livro do professor, e vai até a lousa. Começa a escrever, bem lentamente. Erra algumas letras. Apaga tudo e começa de novo. O professor, já sem paciência, pega o livro da sua mão.
Professor: Não quero ignorantes aqui! Mais concentração da próxima vez. Criança que não aprende é criança folgada! Vá se sentar.
(A sala ri)
Os alunos formam as duplas, e Alice e José ficam sozinhos. Um olha para o outro e eles se sentam juntos. Ela começa a se comunicar com ele, escrevendo no caderno. Os dois começam uma amizade.
Mariana ataca um bilhete em Alice. Ela lê e mostra para o público.
José: Não liga não. Elas vão parar quando entrar outro aluno na classe.
Alice pega um papel, e escreve: “E quando isso vai parar?”.
José: Não vai...
O sinal bate, José se despede de Alice, e sai. Alice se levanta para ir mostrar ao professor o bilhete, e os alunos formam uma roda em volta dela. O professor continua sentado, escrevendo. Começam a dizer apelidos. Eles saem, e ela, de cabeça baixa, vai embora.

Cena III
A narradora entra em cena:
Narradora: Os dias vão passando, e a situação piora aos poucos. Os adolescentes, apesar de chateados e com medo, não dizem nada a seus pais. Os professores não se interessam pelo problema. Na verdade, alguns agressores também sofrem bullying, como é o caso de Rafael, na nossa história.

Cena IV
Rafael está sentado, tentando estudar. Seus pais (Roberta e Arthur) discutem, ele está no meio. O pai sai bravo. A mãe então começa a brigar com Rafael, e ele fica em silêncio. Ela sai.

Cena V
Todos estão sentados, brincando e rindo, e Roberta ataca um papel em Alice, e ela lê, e depois o mostra para a plateia.
O Professor se levanta.
Professor: Eu corrigi os trabalhos em dupla sobre bullying. Os únicos que tiraram uma nota aceitável foram Alice e José. Vamos ver, no próximo trabalho, quero só notas dez. Estudem, vocês estão jogando o futuro fora. Façam o que eu mando, e com qualidade.
Ele passa entregando as redações.
O sinal toca, e o professor vai embora. Alice se levanta, e os alunos fazem um círculo em volta dela, dessa vez José tenta interferir.
José: Para! Deixa ela em paz, não fez nada pra vocês.
Roberta se aproxima, José tenta tirar Alice da roda, e Rafael e Matheus o puxam para trás. Ele sai correndo pela porta.
Mariana segura Heloísa e Roberta fica na posição para dar um soco.
Nesse momento, a narradora para a cena.
Narradora: Para.
(os atores congelam)
Narradora: Essa situação poderia ter sido evitada. Esse é o tipo mais grave de bullying. E tudo começou com apelidinhos, e foi aumentando. Ninguém quis impedir ou ajudar. É esse é o resultado.
Narradora pergunta para alguns dos expectadores o que eles acham que vai acontecer, e o que eles fariam no lugar da vítima e o que vai acontecer com os agressores.
Narradora: agora, vamos ver o desfecho da nossa história.
Narradora sai da cena, e os atores voltam a se mover.
Alguns segundo depois, Vanessa e Gabriela que estão na plateia, interrompem o teatro mais uma vez.
Gabriela: Para!
As duas se levantam.
Vanessa: Isso não deveria ser assim.
Gabriela: É, e pensar que se alguém tivesse feito alguma coisa antes...
Vanessa: Nós não podemos ser expectadores do bullying, temos que agir. Sabe por quê?
Gabriela: É porque...
(Ela muda Alice e Roberta de posição)
Gabriela: A vítima de hoje pode se tornar o agressor de amanhã.
(Vanessa coloca Manuela prestes a dar um soco em Mariana)
Vanessa: E o alvo do bullying também pode mudar, de uma hora para outra.
(Gabriela puxa Alice que fica de cabeça baixa)
Gabriela: É comum que as vítimas também se tornem pessoas depressivas.
Vanessa: O bullying é a terceira maior causa de suicídios no mundo.
(Os atores voltam na posição de antes)
Gabriela: É por isso que o bullying tem que acabar, antes que chegue a esse ponto.
Vanessa: É, mas agora, não dá tempo de fazer mais nada. Vamos ver o fim da história.
(Se sentam)
A cena descongela e entram o Diretor Rogério e José.
Diretor: Muito bonito! Agressão é contra o regulamento da escola. Todos vão para suas carteiras, imediatamente!
(todos se sentam)
Diretor: Já estou avisando! Parem de implicar com a aluna nova. Não há bullying nesta escola. Rafael, Matheus, Manuela, Roberta e Mariana. Já para a minha sala, vocês conhecem o caminho.
(O Diretor sai de cena)
Alice sorri para José.
Eles saem de cena.

Cena VI
Narradora:
Na semana seguinte...
Entram José e Alice. Eles se sentam. Cada um tem uma placa.

Placa da Alice: Pela primeira vez, a escola se tornou um lugar legal e tranquilo. E ninguém nos incomodou mais...

Placa do José: ...Por quatro dias. Nossos colegas de sala não estão mais suspensos, e agora, nos odeiam ainda mais.

Eles viram as placas

Placa da Alice:
Diga não ao bullying

Placa do José:
Porque o próximo pode ser você

Eles saem de cena, e começam os vídeos/relatos










domingo, 10 de abril de 2011

pesquisa em dupla - guerra do contestado

Guerra do Contestado

Introdução:

A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.

A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual. Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Parará e Santa Catarina, rica em erva-mate e madeira.

Objetivos:

A população queria suas terras de volta para ter um lugar para morar e trabalhar novamente, e queriam impedir a construção da ferrovia.

O conflito também foi motivado por religião. Os caboclos que participaram da guerra acreditavam que se tratava de uma “guerra santa”, pois, naquele período, as idéias de caráter messiânico se tornaram populares entre a população mais pobre.

Causas:

A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de família de camponeses perderam suas terras. Este fato gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.

Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por de um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras.

O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo.

Reação do governo:

Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.

Curiosidades:

O primeiro uso de avião para guerra no Brasil foi durante a Guerra do Contestado(reconhecimento).

Usaram forças desproporcionais contra os rebeldes. O governo do marechal Hermes que já estava mal visto pelo povo se tornou menos apoiado ainda.


pesquisa em dupla - cangaço


Cangaço

Cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX. O cangaço tem suas origens em questões sociais e fundiárias do Nordeste brasileiro, caracterizando-se por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados: assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo.

Os cangaceiros conheciam a caatinga e o território nordestino muito bem, e por isso, era tão difícil serem capturados pelas autoridades. Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.

Reação do governo:

Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra (semelhante ao que acontecia com o mexicano Pancho Villa).

O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República, Getúlio Vargas, de eliminar todo e qualquer foco de desordem sobre o território nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem.

Causas:

As causas do surgimento do cangaço foram a pobreza, a falta de esperanças e revolta. Muitos eram pequenos proprietários, mas mesmo assim tinham que se sujeitar ao poder dos coronéis. Do meio do povo sertanejo rude e maltratado surgiram os cangaceiros mais convictos de que lutavam pela sobrevivência do que cometiam atos criminosos.

Objetivos:

Os cangaceiros não tinham um objetivo definido, mas era certo que queriam acabar com o poder dos coronéis, e tinham grande influência sobre a população nordestina. Queriam riquezas, mas para si, e não para o povo.

Curiosidades:

Lampião era cego do olho direito porque em uma de suas fugas da polícia, ele caiu do cavalo, e feriu o olho em uma planta espinhosa. Ele possuía um cartão com foto – um luxo para pessoas daquela época, e, costumava roubar vidros de perfume para uso pessoal, e passava um pouco em seus cavalos.



Revolta da vacina

Causas: A situação do Rio de Janeiro, no início do século XX, era precária. A população sofria com a falta de um sistema eficiente de saneamento básico. Este fato desencadeava constantes epidemias, entre elas, febre amarela, peste bubônica e varíola. A população de baixa renda, que morava em habitações precárias, era a principal vítima deste contexto.

Preocupado com esta situação, o então presidente Rodrigues Alves colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade, mesmo sendo um objetivo positivo, em prática foi violento e autoritário.

Objetivos: O objetivo da população era acabar com esse movimento, pois para eles tudo aquilo era desconhecido, não acreditavam na eficácia da vacina, e não concordavam com essa intervenção do governo. A população se rebelou.

Reação do Governo: A aprovação da Lei da Vacina fez a revolta estourar. A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de sítio (16 de novembro). A rebelião foi contida, deixando 50 mortos e 110 feridos. Centenas de pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre.

Curiosidades: Havia boatos de que a vacina teria de ser aplicada nas "partes íntimas" do corpo (as mulheres teriam que se despir diante dos vacinadores), isso mexeu muito com a população, na época, as roupas cobriam quase que o corpo inteiro, o ato de uma mulher despir seu braço já era de se “envergonhar” e mal visto pela população.



Pesquisa em dupla

Revolta da Chibata

Local: Na cidade do Rio de Janeiro.

Época: No início do século XX (22 de novembro de 1910)

Causas: O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.


O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Objetivos: Fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta.

Reação do governo: As reinvidicações dos marinheiros foram aprovadas, e alem disso, nenhum deles seria preso, o que fez com que eles se entregassem para as autoridades. Os castigos corporais chagaram ao fim...Mas, os lideres da revolta foram presos, com a precariedade das prisões, muitos morreram, João Candido sobreviveu e foi absolvido em um julgamento que aconteceu em 1912.

Curiosidades: Depois de sair da prisão em 1912, João Candido ficou conhecido como Almirante Negro, de logo depois faleceu em 1969.








domingo, 20 de março de 2011

Comercial de Inglês

Grupo: Aline, Gabriela, Giulia M., Malu e Vanessa - 9ºB

Fizemos uma propaganda sobre Beautiful Miracle, uma chapinha que alisa e pinta o cabelo. É uma paródia de propagandas enganosas, que vendem seus produtos caros e que não funcionam, sem pensar nos consumidores. A gravação está baixa. Coloque no volume máximo para poder ouvir os diálogos.
Aproveitem! ;)

http://www.youtube.com/watch?v=YiotyxZ9Pg8&feature=feedwll


domingo, 13 de março de 2011

Entrevista

Entrevista com Ozaide Sonsin Damasceno, neta de imigrantes italianos, e também a minha avó :D

Que parentes seus eram imigrantes? De onde vieram?

Meus avós maternos, Riccieri Luís Cappelozza e Adélia Felippe Cappelozza. Eles vieram de uma cidade no sul da Itália, chamada Ruvigo.

Por que vieram ao Brasil? Trabalhar no quê?

Eles vieram por causa da miséria, da pobreza, chegaram até a passar fome, era período pós-guerra. Pra trabalhar na lavoura, e trabalharam muito.

Pós 1ª Guerra?

É, acho que foi pós 1ª Guerra. [A guerra] Acabou com tudo, deixou muita pobreza.

Na sua família, eram comuns comidas típicas e costumes da Itália?

Eram, e ainda é. As comidas eram muita massa, ravióli, capelleti, polenta, tudo feito em casa. O meu avô não tomava água, era sempre vinho, todo dia. Não tinha esse negócio de beber pinga, era só vinho. Minha avó e meu avô só falavam italiano com a gente, mas depois que entramos na escola, as crianças caçoavam da gente, mas eu sabia sim, era fluente, pena que na época não demos valor a isso.

Você lembra alguma história que seus avós te contaram?

Meu avô sempre dizia que o Brasil era abençoado, porque era pós-guerra, e mesmo assim as pessoas comiam bem. O navio deles chegou em Santos, e eles trabalhavam em Campinas, numa fazenda chamada Sousas, mas que depois virou sub-distrito de Campinas. Minha avó, quando chegou aqui, ficou com medo, e trancava as portas. Demorou muito tempo até ela se acostumar, porque na Itália não havia pessoas negras, e ela nunca tinha visto. E na Itália as mulheres se vestiam bem, e saíam sempre de luvas e chapéu, lá na Europa, já aqui não era assim, era um serviço pesado, e as mulheres cuidavam dos filhos e da casa, enquanto os homens trabalhavam.

Na sua cidade, moravam muitos imigrantes? De que países?

Eu nasci em Araraquara, tinham muitos imigrantes. Tinham muitos italianos, alemães, japoneses, muitos vieram pra cá, e cada um foi pra um lugar diferente.

As datas comemorativas eram iguais ou diferentes das do Brasil?

Eram iguais, mas não tinha esse negócio de peru, era sempre capeletti, capeletti não podia faltar, e frango. [Risos] a minha avó, a minha avó era muito “nojenta”, gostava de tudo limpo! Ela matava os frangos para as refeições e depois lavava com bucha vegetal. Eles gostavam muito de canja também, e punham um frango inteiro na panela.

Como era a alimentação, além das massas?

Tudo era feito em casa, criavam os animais e abatiam. Porco, galinha...Doce de figo, de abóbora, línguiça caseira de porco, requeijão caseiro... Até o café, era moído em casa.

Como era a vida das mulheres? E dos homens?

As mulheres, todas sabiam costurar, passava de geração em geração, era muito difícil achar uma mulher italiana que não fizesse isso. Meu pai, que era brasileiro, sabia carpintaria, serviço de sapateiro, cestaria, sabia fazer vassouras, todo mundo queria aquelas vassouras, ele fazia a noite pra entregar de dia, punhadinho por punhadinho ele costurava com barbante, até a barrigueira, que era uma parte da cela do cavalo ele sabia fazer. Não sei se ele aprendeu com meu avô italiano, que era cozinheiro. Acho que meu pai aprendeu sozinho, ele olhava e fazia, quase autodidata, apesar de que foi uma pessoa quase sem instrução.

Seus parentes tiveram que lutar na 1ª Guerra?

Não sei se meu Vô participou da guerra, acho que sim, mas não tenho certeza. Ele, já no Brasil, tinha um rádio, e gostava de ouvir as notícias. Minha Vó falava “Stai zitto! Stai zitto! [Cale a boca!] Que agora vêm as notícias!”. Eles tinham medo de ter que mandar os filhos, se tivesse uma nova guerra.

E na 2ª Guerra? Alguém foi lutar?

Não, mas eles tinham muito medo de ter que mandar os filhos. Guerra é uma coisa triste, você vai, mas não sabe se volta. Meu avô gostava de política, de ouvir as notícias. Ele gostava do Luís Carlos Prestes, que era comunista, e ele nem fez lá grandes coisas, mas meu avô gostava. Mas na 2ª Guerra, meu avô não gostava do Mussolini, não achava que ele seria bom pra Itália.

E seus avós? Gostavam mais daqui, do Brasil, ou da Itália?

Ah, mais daqui, eu acho. Mesmo que faltassem algumas coisas. Às vezes, faltava farinha, e não dava pra fazer pão em casa. Aí, meu avô saía cedinho, e comprava um pão grande, a gente chamava filão. Italiano sem pão não é italiano.

Eles chegaram a morar em uma cidade grande?

Eles moraram só um tempo no interior, mas logo foram pra cidade de São Paulo, morar no [bairro do] Tatuapé. Os filhos foram logo trabalhar na indústria. Meu avô foi visitar a Argentina, e queria morar lá, mas depois desistiu, não sei por quê. Ele trabalhou um tempo na fábrica de seda também.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Jornal Histórico


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terça-feira, 1 de março de 2011

Geografia - Período entre Guerras - 9º B

Abaixo está o link da nossa apresentação sobre o período entre guerras, feita por mim, Vanessa, Giulia M., Malu e Gabriela, do 9º B.


http://www.youtube.com/watch?v=_G9B9IYedaE